Ucrânia anuncia repatriação de mais 1.200 corpos entregues pela Rússia
A Ucrânia repatriou 1.200 corpos entregues pela Rússia, cumprindo a nova etapa de um acordo firmado durante negociações recentes entre os dois países em Istambul, na Turquia. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (13) pelas autoridades ucranianas.
"Segundo informações da Rússia, os corpos são de cidadãos ucranianos, principalmente militares", escreveu o Centro Ucraniano de Coordenação para Prisioneiros de Guerra e uma mensagem publicada nas redes sociais. O órgão é responsável por colocar em prática a decisão tomada entre russos e ucranianos.
A Ucrânia fará os exames necessários para identificar os corpos. O governo divulgou imagens de vagões frigoríficos e de pessoas com macacões brancos, máscaras e luvas descarregando sacos mortuários. A entidade agradeceu à Cruz Vermelha Internacional pelo apoio na operação.
Durante as negociações em Istambul, que ocorreram no início de junho, Kiev e Moscou concordaram em libertar todos os prisioneiros de guerra jovens ou feridos e em devolver os corpos de combatentes morto. Este foi o único resultado concreto das negociações até agora.
Desde então, os dois lados realizaram três rodadas de trocas de prisioneiros. Na quarta-feira (11), a Ucrânia anunciou ter recuperado 1.212 corpos de soldados mortos na linha de frente, uma das maiores operações do tipo desde o início da invasão russa, em 2022.
Troca de prisioneiros já ocorreu na quarta-feira
A Rússia informou ter recebido 27 corpos de militares mortos entregues pela Ucrânia na quarta-feira. Não houve um comunicado oficial sobre a operação desta sexta.
A repatriação de corpos e a troca de prisioneiros de guerra são dois dos poucos pontos em comum nas discussões entre Kiev e Moscou, desde o início do conflito. Mas no fim de semana ado, os dois países se acusaram mutuamente de sabotar o processo.
No sábado (7), o principal negociador russo, Vladimir Medinski, acusou a Ucrânia de "adiar a recepção dos corpos" de soldados mortos e a troca de prisioneiros "para uma data indefinida".
Ele pediu que Kiev recupere os corpos de 6.000 soldados ucranianos que a Rússia teria concordado em devolver. A Ucrânia negou as acusações, acusando Moscou de "manipulação", e afirmou que nenhuma data havia sido definida.
(Com informações da AFP)