Irã revida com centenas de mísseis e ao menos 63 ficam feridos em Israel
O Irã ataca Israel com centenas de mísseis nesta sexta-feira em retaliação às ações israelenses contra zonas residenciais e militares do país. Ao menos 63 pessoas ficaram feridas em Israel, segundo a mídia israelense.
O que aconteceu
Ataques iranianos atingiram áreas residenciais e deixaram feridos em Israel. Duas pessoas estão em estado crítico, de acordo com jornal israelense Haaretz. O porta-voz do serviço de resgate israelense, MDA (Magen David Adom), disse à imprensa local que outras vítimas tiveram "ferimentos leves" e foram socorridas.
Uma israelense morreu em um ataque de mísseis iranianos contra Israel na sexta, segundo o site The Jerusalem Post, que também informou o número de 63 feridos. Não há informações se a mulher morta é uma das pessoas que estavam em estado grave.
Por volta das 23h (horário de Brasília; manhã de sábado em Israel), explosões voltaram a ser ouvidas em novos ataques de mísseis do Irã contra Tel Aviv e Jerusalém. Sirenes são emitidas para israelenses se abrigarem em bunkers, segundo as FDI (Forças de Defesa de Israel). Ainda houve uma terceira onda de ataques feitos pelo Irã na tarde de hoje, e também à noite (horário de Brasília).
Serviço de resgate israelense convocou 35 mil funcionários para atuação durante os ataques. O MDA mobilizou paramédicos, técnicos de emergência e voluntários enquanto mísseis atingiam o território israelense. Campanhas de doação de sangue também estão sendo realizadas em todo o país.
Resposta iraniana "esmagadora" começou, diz a televisão estatal. Segundo a IRNA, por volta das 15h30, a "resposta decisiva ao ataque brutal do regime sionista iniciou com o disparo de centenas de mísseis balísticos contra os territórios ocupados".
A Guarda Revolucionária afirmou que o alvo do ataque foram bases militares israelenses. Eles divulgaram que realizaram uma "resposta precisa e esmagadora contra dezenas de alvos, centros industriais militares e bases aéreas" em Israel.
As FDI declararam que menos de 100 mísseis balísticos foram disparados pelo Irã em dois bombardeios. O porta-voz da FDI, Effie Defrin, alegou que a maioria foi interceptada pelas defesas aéreas israelenses ou caiu antes de chegar ao país. "Há um número limitado de impactos em edifícios, alguns foram causados por fragmentos de interceptação", diz. Na ocasião, militares americanos ajudaram Israel a defender Tel Aviv e outros pontos atacados, segundo a Casa Branca.
Depois da manifestação de Israel, o Irã declarou que o "inimigo não conseguiu conter as ondas de ataques". A Guarda Revolucionária disse que relatórios de inteligência deles indicaram que dezenas de mísseis iranianos atingiram alvos estratégicos "com eficácia". Pela manhã, o exército israelense afirmou que o Irã lançou cerca de 100 drones contra o território de Israel.
Canal 13 de Israel relatou um incêndio próximo ao Ministério da Defesa de Israel em Tel Aviv. Outros relatos de incêndios, ainda não confirmados pelas autoridades, também estão sendo divulgados na mídia israelense.
Exército iraniano derrubou dois caças israelenses durante ataque em massa, divulgou a IRNA. Eles foram abatidos no céu iraniano, conforme a televisão, que não divulgou mais detalhes da ação. Um piloto teria sido detido, porém, um porta-voz militar israelense negou a situação à agência de notícias Reuters.
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, escreveu no X que o regime "sionista não escapará em segurança do crime hediondo que cometeu". Ele também destacou que "a vida definitivamente se tornará amarga para os sionistas".
Israel confirma ataques
Israel disse nesta tarde que "outra salva" de dezenas de mísseis iranianos foi lançada contra o território do país. "As explosões que você ouve são de interceptações ou colisões. O sistema de defesa aérea identifica e intercepta ameaças constantemente", comunicou à população.
Por volta das 16h20, o Comando da Frente Interna das FDI avisou que os civis poderiam deixar os abrigos antiaéreos após os bombardeios. Porém, indicou que a população permaneça perto deles em caso de novo aviso. Antes, o Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou que milhões de israelenses estavam em bunkers.
"Mais uma vez, mísseis iranianos são direcionados a lares, famílias e crianças por toda Israel." "O mundo não pode mais tratar isso como um problema exclusivo de Israel. Silêncio é cumplicidade", afirmou Nadav Shoshani, chefe das FDI.
O exército israelense afirmou hoje que o Irã tem capacidade para causar danos significativos a Israel. A fala foi feita mais cedo pelo porta-voz militar do Exército israelense, Effie Defrin, em uma coletiva de imprensa televisionada, que foi interrompida depois que um oficial do Exército informou sobre um ataque iraniano iminente.
Netanyahu manda recado a iranianos
Objetivo dos recentes ataques israelenses ao Irã é "frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós". Em vídeo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, frisou que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país. "Estamos no meio de uma das maiores operações militares da história, a operação Leão Ascendente. O regime islâmico, que oprime vocês há quase 50 anos, ameaça destruir nosso país, o Estado de Israel", afirmou.
O premiê encorajou os iranianos a se rebelarem contra seus líderes. "O regime não sabe o que os atingiu, ou o que os atingirá. Nunca esteve tão fraco", disse Netanyahu, acrescentando, em inglês e farsi: "Esta é a oportunidade de vocês se levantarem e fazerem com que suas vozes sejam ouvidas".
Teerã pagará alto preço por disparar contra áreas civis, diz ministro da defesa israelense. Israel Katz criticou que o Irã tenha disparado em direção a áreas com civis.
Entenda o caso
Israel bombardeou o Irã na noite de quinta-feira (horário de Brasília; madrugada de sexta, no horário local). Barulhos de explosões foram relatados na capital, Teerã, e no entorno, segundo a agência de notícias iraniana Nour.
O chefe da Guarda Revolucionária do Irã, o general Hossein Salami, foi morto no ataque. O chefe das Forças Armadas, general Mohammad Bagheri, e os cientistas nucleares, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi, também morreram na ação. A Casa Branca afirmou que não esteve envolvida nos ataques.
Israel disse na madrugada de sexta-feira (horário local) que completou o "ataque inicial" contra o Irã, sem detalhar se fará novas fases. As FDI (Forças de Defesa de Israel) afirmaram que a operação foi contra "dezena de alvos militares" e instalações nucleares relacionados ao programa nuclear do Irã.
"Vamos continuar a atacar o tempo que for necessário" até a conclusão da missão, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele afirmou que Israel está em um "ponto decisivo" em sua história, acrescentando que o objetivo da operação é "atacar a infraestrutura nuclear do Irã, as fábricas de mísseis balísticos do Irã e as capacidades militares do Irã".
O líder supremo do Irã disse que Israel preparou um "destino amargo e doloroso para si mesmo" após atacar o país. O aiatolá prometeu vingança. Já o novo comandante da Guarda Revolucionária, Mohammad Pakpour, disse que haverá "consequências destruidoras" a Israel em razão dos ataques. As ações repercutiram entre líderes mundiais.
Hoje, o Irã disse que o ataque israelense às bases nucleares do país deixou 78 pessoas mortas. O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, também afirmou que mais de 320 pessoas ficaram feridas. A maioria das vítimas era civis, incluindo mulheres e crianças.