Luiza Brunet sobre abusos sofridos como modelo: 'Me destruíram por dentro'

Luiza Brunet, 63, refletiu sobre os abusos sofridos ao longo de sua carreira como modelo, e também a violência doméstica praticada por um ex-marido, além do abuso sexual sofrido na infância.
O que aconteceu
Brunet destacou que ter assinado contrato de exclusividade com uma grande marca foi um ponto traumático em sua carreira. "Foi um sonho na época. ei três anos como modelo exclusiva [da marca]. Porém, ao mesmo tempo em que me alavancou como modelo, me destruiu por dentro. Fui glamourizada. Houve investimento na minha imagem que foi bom para os dois lados, mas, infelizmente, hoje posso dizer que sofri uma série de abusos por quem estava muito próximo de mim", declarou em entrevista à revista Mensch.
Ela afirmou que só conseguiu reconhecer as violências sofridas "com o ar do tempo". "E posso assegurar que sei exatamente como foi e por que pedi demissão. Então, nada parece o que é. Inclusive financeiramente posso afirmar que foi péssimo. O que sobro foi o título de a 'a primeira modelo brasileira a ter um contrato de exclusividade no Brasil'".
Famosa explicou que seu nome foi patenteado pela marca e ela precisou brigar na Justiça para recuperar o próprio nome. "Lutei nos tribunais para recuperar meu próprio nome aos 22 anos. Foi patenteado no INPI. Na época, foi amplamente divulgado [pela imprensa]".
Na entrevista, Luiza também falou sobre a violência sexual que sofreu aos 11 anos e o episódio de violência doméstica sofrido em 2015, praticado pelo ex-marido. "Ser vítima de violência doméstica e sexual me trouxeram experiências dolorosa. Posso falar sobre isso com propriedade, como vítima [...] Infelizmente, nós mulheres, quando sofremos violência e vamos denunciar, somos questionadas sobre a violência sofrida, querendo uma justificativa para a violência vinda de homens agressores".
Brunet ponderou que é por causa desse tipo de questionamento que muitas mulheres não denunciam seus agressores. "Exatamente por esta razão muitas vítimas desistiram de fazer a denúncia e se tornaram vítimas do feminicídio - não tiveram chance de sobreviver, por conta da falta de capacitação dos atendentes no momento crucial, quando a vítima teve coragem de denunciar seu agressor. Muitas são revitimizadas - o que hoje é crime. O problema é tão grave que, ao matar sua companheira, ele será preso e se houver filhos, estes serão, muitas vezes, destinados ao conselho tutelar, destruindo uma família. A única forma para erradicar a violência de gênero será através da educação, informação e punições severas".
Luiza Brunet e Lírio Parisotto viveram uma relação entre 2012 e 2015, que chegou ao fim após a ex-modelo acusar o então companheiro de agressão física.